E o ENEM? Vai ser anulado ou não?

Depois que ficou decidido que o resultado do ENEM seria considerado 50% do resultado para o ingresso ao nível superior de ensino em várias universidades, o teste ganhou maior importância por parte dos candidatos. Porém, tamanha importância não foi levada em consideração pelos organizadores do concurso (O INEP).

Todos os veículos de comunicação, desde o último sábado, vêm dando um enfoque especial para a realização do ENEM. Não por causa da importância adquirida nos últimos tempos, mas pelos inúmeros problemas ocorridos durante a aplicação do teste.

Tamanho foi o bochicho que a defensoria pública recomendou a anulação do ENEM. A OAB alega que muitos candidatos podem entrar com recurso e ganhar a batalha com facilidade diante das irregularidades e total falta de cuidado na elaboração do material.

Apesar de se falar muito em tal anulação, o clima ainda é de pânico entre candidatos. E apesar da prova (ao menos a de domingo) não ter sido considerada muito difícil, o número de questões mais a redação associados ao tempo de duração da prova ainda são os principais inimigos do candidato, que se queixam de não ter tempo para ler com cautela, marcar o cartão resposta, escrever a redação e passá-la a limpo (problemas que já existiam antes). E como se já não bastassem, ainda teve o problema com a troca dos títulos das provas impressos no cartão-resposta. De acordo com o Ministério Público o erro na impressão do cartão seria motivo suficiente para a anulação do ENEM caso fosse constatado que houve dano coletivo, apesar dos candidatos terem sido orientados a manter a ordem estabelecida pela impressão do teste.

O INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) reconheceu o erro e garantiu que a falha não prejudicaria ninguém e que embora a correção seja feita pelo número das questões a instituição disponibilizaria recursos para que os candidatos possam recorrer até mesmo a uma correção ao contrário.

Enquanto o INEP continua tentando minimizar os problemas com o ENEM, os candidatos continuam reclamando da forma como ele é concebido, organizado e aplicado. Outra das reclamações mais freqüentes foi a proibição do uso do lápis e da borracha, que limita o uso do espaço disponível para o rascunho nas provas de cálculo e atrapalha também a produção textual pois impossibilita correções diretamente na folha de respostas.

O fato é que a confusão da troca nos títulos não foi o único problema enfrentado pelos candidatos. Veja o que publicou o Jornal “Diário de Pernambuco” on line:

O Ministério da Educação pode aplicar novas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para candidatos que foram prejudicados por um erro de montagem no caderno de cor amarela identificado no sábado, primeiro dia de realização do exame. A possibilidade foi levantada ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), após reconhecer que cerca de 20 mil cadernos distribuídos em todo o país, o que corresponde a 1% do total de provas, não tinham as 90 questões do exame. Nas provas aplicadas ontem, que versaram sobre matemática, linguagens e redação, não foram registradas irregularidades.

Segundo o MEC, as novas provas podem ser realizadas nos dias 6 e 7 de dezembro, quando o exame é aplicado nos presídios. Por enquanto, o ministério já decidiu que vai ouvir as reclamações dos alunos oficialmente a partir da quarta-feira, através de uma página na internet. Quem achar que foi prejudicado pode pedir uma correção especial da prova. A estudante Rhayane Rodrigues, de 18 anos, deve solicitar a revisão. No sábado, quando pegou a prova, viu que faltavam seis questões e muitas estavam repetidas. ´Pedi outro caderno ao fiscal, mas fui informada que não havia mais provas disponíveis. Fiquei prejudicada nessa história`, reclamou.

Também houve falha no gabarito. O cabeçalho das provas do sábado estava trocado, confundindo os candidatos. O Inep garante que quem não recebeu orientação do fiscal de sala sobre como proceder na marcação das respostas não será penalizado. ´Ninguém vai ser prejudicado. Se não recebeu a orientação, terá o espaço para fazer o requerimento. Se preencheu (o gabarito) ao contrário, a correção será feita de forma invertida`, afirmou o presidente do Inep, Joaquim Soares Neto, que classificou o exame como um ´sucesso`.

Que sucesso é esse? De acordo com os professores de cursinhos e do Ensino Médio, não há como não haver prejuízo no resultado do teste para os alunos que fizeram as provas em que faltaram questões.

O fato é que a discussão ainda não acabou!.

Enquanto isso, o Correio Braziliense on line lança a pergunta: O Enem está em recuperação ou já está reprovado? Na reportagem está descrito o percurso que levará a briga entre o MPF e o MEC (que rejeita uma possível anulação do teste e cujo ministro ainda tenta minimizar a quantidade de problemas ocorridos). No momento, só sabemos com certeza que o gabarito oficial sai hoje.(Confira o gabarito clicando no link.)

Só nos resta esperar para ver como será resolvida a questão.

Mas quem tiver motivos para entrar com recursos, não deve perder tempo! Nunca sabemos como as coisas vão se resolver. E todos sabemos que “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco!” Que nesse caso é... (completem a frase vocês).

Ah! Não esqueçam de deixar os comentários sobre este fato lastimável. Sua opinião e experiência pessoal são muito importantes para mim e para os leitores deste blog.

Profª Rosália Oliveira