GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO
1ª UNIDADE REGIONAL DE EDUCAÇÃO
E.E.DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO “PROF. BOLÍVAR BORDALLO DA SILVA”
BIBLIOTECA YOLANDA PEREIRA DA SILVA
I WORKSHOP INTERDISCIPLINAR:
“Desvendando os mistérios do texto e da pesquisa!”
PROPONENTE:
Profª ROSÁLIA SOUZA DE OLIVEIRA (Professora Bbliotecária)
Bragança – Pará
Agosto / 2009
E.E.DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO “PROF. BOLÍVAR BORDALLO DA SILVA”
BIBLIOTECA YOLANDA PEREIRA DA SILVA
GESTORES:
Diretora:
Profª. Espec.Clara Orminda da Silva Matos
Coordenadoria Pedagógica:
Profª Carmem Lúcia Ferreira Costa
Prof.Espec. Luís Augusto Santa Brígida Soares
Profª Lúcia de Fátima Assis Brito
Profª Nádia Sueli Araújo da Rocha
Prof. Robson de Sousa Feitosa
Profª Tatiana de Sousa Silva
“Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?”
(Carlos Drummond de Andrade)
I – IDENTIFICAÇÃO
1.1 - UNIDADE ESCOLAR: Escola Est. de Fundamental e Médio “Prof. Bolívar Bordallo da Silva”
Endereço: Trav. João Paulo Ribeiro S/N – tel. 3425-1516
Município: Bragança – Pará CEP: 68600-000
1.2 – CURSOS:
Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries);
Médio Regular (1ª a 3ª Séries)
Médio de Educação de Jovens e Adultos (1ª e 2ª Etapas).
1.3 – TEMA GERADOR: Educação como instrumento de construção de paz e justiça
1.4 – EVENTO: I Workshop Interdisciplinar
PERÍODO: de 1º a 4 de setembro de 2009
1.5 – OFICINA: Desvendando os Mistérios do Texto e da Pesquisa
Inserida no Projeto da Biblioteca Yolanda Pereira da Silva
Data: 03 de setembro – quinta-feira (manhã e tarde)
Local: Biblioteca da Escola
1.6 – PÚBLICO ALVO: Professores da Escola Bolívar Bordallo da Silva
II – JUSTIFICATIVA
A leitura vista apenas como decodificação de símbolos gráficos, segundo Paulo Freire (1990:94), “fica despojada de suas dimensões sócio políticas (...). Não contribui de nenhum modo significativo”. Porém, o ato de ler deve ser a resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal e a leitura, como prática social, é sempre um meio, nunca um fim. É preciso ter presente, entretanto, que a leitura é sempre uma elaboração da informação, variando somente a intenção que o leitor deposita numa situação e noutra. Essa intenção pode se revelar por uma necessidade prática da vida diária (como procurar uma informação em uma bula de remédio, em uma conta de luz ou uma simples informação sobre emprego ou sobre compra e venda de um imóvel em um jornal, por exemplo), de uma exigência da escola (estudar para uma prova ou fazer uma pesquisa) ou por simples prazer de ler (a leitura espontânea, de acordo com o gosto pessoal de cada indivíduo).
De acordo com Freire (1990:95), esse tipo de leitura ideal só ocorre quando “é dada uma abordagem utilitarista da leitura, que segundo ele “a meta principal é produzir leitores que atendam aos requisitos básicos de leitura da sociedade contemporânea (...) treinados primordialmente para atender aos requisitos de nossa sociedade tecnológica cada vez mais complexa”.
Porém, a realidade da leitura realizada pela maioria dos estudantes de nossa escola ainda não passou do estágio da pura decodificação. Isto pode ser comprovado através das suas produções, especialmente nas pesquisas, frequentemente requisitadas pelos professores de todas as áreas do conhecimento.
Segundo Orlandi (1985): “Nos últimos anos, a concepção de leitura vem sendo repensada a partir de uma série de debates e trabalhos teóricos que a concebem como uma questão pedagógica, ao mesmo tempo em que lingüística e social”. (In.: PNBE, 2008:20)
Muitos autores diferentes, partindo de concepções teóricas diferentes, desenvolveram trabalhos que permitem pensar a leitura como atividade humana que implica algo mais que a decodificação e a compreensão de um sentido que está dado no próprio texto, pois implica em uma produção e construção de sentidos, sendo o leitor um importante sujeito que é capaz de interagir com o texto que lê e fazer a relação entre este e outros textos que já leu e também de suas experiências de vida.
Se o acesso aos bens culturais é fundamental para a formação de um bom leitor, os espaços pedagógicos (além da sala de aula) devem ajudar a proporciona essa experiência aos educandos. A biblioteca escolar, mais precisamente, não deve ser apenas um local onde os alunos vão copiar conteúdos, mas sim um local onde buscar respostas para questões propostas tanto em sala de aula quanto em seu próprio interior (inquieto que deve ser o indivíduo em busca do conhecimento). Além disso, é necessário que professores os orientem a tirar o melhor proveito desse espaço, possibilitando a realização de um tipo de trabalho com a leitura que o leve a refletir sobre essas relações, sobre os sentidos apreendidos no texto e sobre os sentidos construídos e reconstruídos por ele próprio.
De acordo com o Plano de Ação 2009 da Biblioteca Escolar Yolanda P. da Silva, para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver, muito mais que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso pela leitura , a escola terá de mobilizá-los internamente , pois aprender a ler e também ler para aprender requer esforço . Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará autonomia e independência. Essa autonomia só vai poder ser adquirida quando o aluno se tornar confiante para se desafiar a aprender fazendo, e, por iniciativa própria, ser capaz de selecionar dentre os textos que circulam e estão a sua disposição, aqueles que podem atender a uma necessidade sua.
O papel da biblioteca no ensino básico no Brasil tem sido discutido com freqüência na literatura de biblioteconomia e as deficiências, que constituem a realidade da maior parte das bibliotecas do país, estão quase sempre presentes no discurso dos praticantes da área. Na biblioteca escolar, a responsabilidade com a formação do leitor é uma meta indispensável, portanto, o incentivo à leitura, dentro da escola, deve ser uma das funções básicas da biblioteca que, através de uma dinâmica cultural possa, não só, induzir a comunidade escolar na busca de pesquisas para o aprimoramento de estudos (o que é imprescindível ao seu desenvolvimento cultural e intelectual), mas também motivá-la a buscar na leitura seu aspecto lúdico, ou seja, enxergar a leitura como forma de entretenimento, desvinculando-a do caráter de obrigatoriedade. Porém, para conseguir o pretendido, o professor responsável pela Biblioteca não pode trabalhar sozinho. Ele deve contar com a ajuda de toda a categoria docente, na hora de colocar os projetos em prática e principalmente com o apoio da direção e de todo o corpo técnico da escola para autorizar e divulgar atividades de leitura e produção textual em suas mais diversas modalidades.
Sendo assim, esta oficina vem atender a esta necessidade, trazendo o principal agente transformador de consciências para o reconhecimento do ambiente e de todo o acervo que está à sua disposição, bem como para promover a interação entre os docentes das diferentes áreas do conhecimento e começar a pensar em uma associação entre essas áreas para atender aos anseios da interdisciplinaridade na escola Bolívar Bordallo da Silva. Para isso, é necessário que os professores assumam a postura de pesquisadores também, mas não de pesquisa acadêmica, porém de uma pesquisa acerca de sua prática pedagógica, rumo à idéia da pedagogia de projetos interdisciplinares, mesmo em sua forma mais simples, desde que seja possibilitada sua prática dentro da escola.
Segundo Alves há uma abundância de pesquisas em educação, mas a verdade é que poucos professores buscam tais pesquisas como apoio para sua prática porque os estudos enfocados pelos acadêmicos são distantes da realidade da sala de aula e frequentemente mostram os professores da escola básica sempre como os culpados pelo fracasso educacional. (In.: ENCONTRO DE FORMAÇÃO CONTINUADA, 2008: 07). Por isso, para formar um aluno leitor e pesquisador, primeiro o professor tem que assumir essa postura, já que a pesquisa é a “busca de conhecimentos sobre uma situação-problema ou realidade de nosso interesse. Pesquisar diz respeito à elaboração de conhecimento. Quem pesquisa quer saber”. (ALVES, 2008:09)
E é isso que se espera do aluno pesquisador: que ele queira saber muito mais sobre um objeto de seu interesse. Cabe então ao professor motivá-lo a querer saber, através de métodos adequados e desafiadores de pesquisa, criando no educando uma motivação real para esse “querer saber”. Quem sabe propondo um desafio?
Sendo assim, só nos resta pesquisar muito para encontrar soluções criativas de auxílio à nossa prática pedagógica, a fim de levar o educando a produzir bons trabalhos a partir de uma prática de leitura efetiva, levando a se tornar um leitor competente que compreende o que lê e que seja capaz de, selecionar e associar conhecimentos semelhantes ou diferentes para produzir uma boa pesquisa. Por isso tudo, esta realização da oficina “Desvendando os mistérios do texto e da pesquisa” vem atender à uma necessidade de reflexão, pois esta só “ocorre na e por causa da prática, nas e devido às rotinas e nos casos especiais, não previstos, e não somente no viver das rotinas (...)” (ALVES, 2008:11). Então, a reflexão sobre uma nova forma de educar é sempre necessária à medida que o tempo também sofre modificação. Mas o mais importante,é tentar fugir do instrucionismo a que estamos acostumados na escola e propor um ensino baseado em resoluções de problemas para torná-lo mais interessante aos olhos do aluno.
III – OBJETIVOS:
a) GERAL:
Proporcionar ao corpo docente da escola Bolívar Bordallo o conhecimento de todo o acervo da Biblioteca local, bem como motivá-los a uma maior utilização desse espaço pedagógico e auxiliá-los na elaboração de projetos interdisciplinares.
b) ESPECÍFICOS:
• Mostrar a nova organização da Biblioteca de acordo com as áreas do conhecimento;
• Informar sobre o novo acervo bibliográfico específico para o professor;
• Solicitar auxílio dos professores quanto à orientação da pesquisa escolar;
• Propor projetos em cooperação com outros professores e com o responsável pela Biblioteca;
• Elaborar atividades para a criação de um trabalho interdisciplinar.
IV – METAS
Os resultados esperados com essa oficina são:
• Maior participação docente junto aos trabalhos desenvolvidos na Biblioteca escolar;
• Maior freqüência docente junto aos alunos neste espaço pedagógico durante seu turno de trabalho;
• Mais interesse do professor pelo acervo bibliográfico para uso próprio;
• Esboço de um projeto de pesquisa;
• Cadastramento de novos professores;
• Melhoria na qualidade das pesquisas realizadas pelos alunos;
• Continuidade do trabalho em parceria entre os professores das diversas disciplinas na criação de projetos de leitura e pesquisa.
V – ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
• Tour: Conhecendo a Biblioteca da Escola e seu acervo;
• Comunicação: Como ajudar a professora responsável pela Biblioteca?
• Dicas: Como posso utilizar este espaço pedagógico no horário de aula?
• Atividades práticas de pesquisa interdisciplinar: trabalho em dupla
a) sugestão de uma problemática motivadora para gerar um projeto de pesquisa interdisciplinar: como gerar motivação para o querer saber dos alunos sobre o assunto (feita pelos participantes);
b) seleção bibliográfica e organização de dados para o desenvolvimento dessa pesquisa;
c) organização de “Referências Bibliográficas” com materiais diversificados;
d) outras fontes possíveis para o enriquecimento do trabalho.
• Registro dos professores ainda não-cadastrados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos no desenvolvimento deste projeto de oficina, a biblioteca escolar é instrumento indispensável de ligação entre professor e aluno na elaboração das leituras e pesquisas, buscando sempre um maior conhecimento e influenciando o próprio ato de ler, para formar um aluno mais crítico e consciente.
Sendo assim, esta oficina, para ser considerada bem sucedida, pretende lançar o cerne da mudança em alguns aspectos relacionados à postura diante de um possível objeto de pesquisa, primeiro por parte do professor para depois alcançar o mesmo objetivo com o aluno, de forma que a prática desenvolvida nela esteja de acordo com o discurso, possibilitando uma melhoria na qualidade das pesquisas feitas na e para a escola.
Utilizar bem a biblioteca da escola chega a ser uma obrigação de qualquer professor para se atingir esse tão almejado objetivo. Essa responsabilidade não deve ficar a cargo apenas do professor que cuida desse espaço pedagógico em cada turno. Ela deve ser compartilhada igualitariamente entre todos os segmentos da comunidade escolar.
Portanto, esperamos que esta pequena semente lançada agora resulte nos frutos tão esperados e que as dicas e propostas surgidas aqui se multipliquem infinitamente para o bem do ensino-aprendizagem e melhor formação de nossos educandos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, Osvaldo dos Santos. O direito de aprender na escola pública. In.: ENCONTRO DE FORMAÇÃO CONTINUADA: ensino fundamental de 9 anos e o direito de aprender na escola pública, Belém/Pará. SEDUC:2008.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 3ª edição. São Paulo: Cortez, 1995 (coleções questões de nossa época).
ORLANDI, Eni. Leitura: questão lingüística, pedagógica ou social? Revista Educação e Sociedade, São Paulo, nº 22, set./dez. 1995.
PLANO DE AÇÃO DA BIBLIOTECA YOLANDA P. DA SILVA. Escola E.E.F.M. Prof. Bolívar Bordallo da Silva. Proponentes: Alzira Gomes, Maria Gevaci Tavares e Rosália Soares. Bragança: 2009.
PROGRAMA NACIONAL BIBLIOTECA DA ESCOLA (PNBE): LEITURA E BIBLIOTECA NAS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS / Secretaria de Educação Básica, Coordenação-Geral de Materiais Didáticos; elaboração Andréa Berenblum e Jane Paiva, - Brasília: Ministério da Educação, 2008.
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