Este espaço virtual foi criado com o intuito de compartilhar experiências vividas em sala de aula
(nas disciplinas Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Literatura), bem como sua utilização como mais uma ferramenta
para o ensino-aprendizagem de modo a tornar o processo educacional mais instigante e desafiador para
o aluno dessa geração tecnológica.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Concursos de Redação e Logotipo

Os concursos de Redação e logotipos promovidos pela Biblioteca Profª Maria do Espírito Santo, da Escola EBJ deste ano foram:
1. I Concurso de Redação - Tema: A cidade de Belém - 400 anos e o Dia da Raça (em parceria com a APL e professores de Língua Portuguesa)
2. I Concurso de Poesia - Tema: A cidade de Belém (em parceria com a APL e professores de Língua Portuguesa)
3. II Concurso de Redação - Tema: Com o pouco que aprendi, posso fazer muito pelo planeta (vinculado ao projeto de reciclagem da biblioteca e realizado conjuntamente com a Gincana em comemoração pelo aniversário da escola)
4. I Concurso de Logomarca: Tema: “Reciclando papel e semeando a consciência”

Quer saber mais sobre as atividades, como elas foram conduzidas e ver as fotos? Basta acessar os links para as postagens originais no blog da biblioteca.
Até a próxima postagem

Rosália Oliveira

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Literatura - 2º ano Ensino Médio EBJ



Escola Edvaldo Brandão de Jesus
Professora: Rosália Oliveira
Disciplina: Literatura
2º ano EM
ROMANTISMO  em Portugal
- Não se restringe apenas a ser uma escola literária: é um espírito de época (gostos de um certo tempo em todas as atividades artísticas exercidas pelo ser humano).
- A escola nasceu das necessidades de um século de grandes modificações.( 2ª metade do séc. XVIII e a 1ª metade do séc. XIX. Nasce na Alemanha e Inglaterra.
- É o oposto da razão, típica do Classicismo.
- Emoção farta e transbordante.
- O romântico é sempre um exaltado, apaixonado, temperamental.
- O Romantismo aparece no momento da ascensão definitiva da burguesia, Revolução Francesa e Liberalismo.
- Imitação dos padrões de comportamento social da nobreza, desejando um mundo e sonho e fantasia.
- O Romantismo em Portugal apresenta em sua evolução dois momentos significativos. O primeiro deles representa o esforço de se firmar como movimento literário apoiado pela cultura popular, no nacionalismo, na busca das origens medievais do país, enquanto o segundo constitui um momento de maturidade e de transição para o Realismo.

CONTEXTO HISTÓRICO
- Como no resto da Europa, o Romantismo surgiu em Portugal num período de efervescência política – alguns anos após a revolução de 1820 que levou os liberais portugueses ao poder.
- Participaram dessa revolução vários setores da burguesia portuguesa, nos quais se incluíam magistrados, comerciantes, militares, professores. Influenciados pelos ideais da Revolução Francesa, esses setores defendiam a reforma das instituições, a elaboração de uma Constituição, a liberdade de comércio, o direito de participação política do cidadão. 
- Lutavam, enfim, pela modernização de Portugal.
- Portugal, diferente do Brasil que exaltava a pátria, estava em crise, permeado de revoltas.
- Intelectuais que se auto-exilaram na França ena Inglaterra trazem os novos ideias de lá para Portugal.
- Início = Com o poema Camões de  Almeida Garret.(1825)

MARCO INICIAL
- O marco inicial do Romantismo português é a publicação, em Paris, do poema “Camões”, em 1825, em que o autor, Almeida Garret, faz uma espécie de biografia sentimental do famoso poeta-soldado. Mas o Romantismo como movimento literário firma-se só a partir de 1836, com a criação da revista Panorama, na qual se publicam textos já claramente românticos de importantes escritores portugueses.

1ª GERAÇÃO
  Características:
- Sobrevivência de características neoclássicas;
- Nacionalismo;
- Historicismo
- Medievalismo.
  Principais autores:
- Almeida Garret,
- Alexandre Herculano
- Antônio Feliciano de Castilho.

ALMEIDA GARRET – VIDA E OBRA
João Batista da Silva Leitão de Almeida Garret 
* Porto 04/02/1799 / + Lisboa 09/12/1854
  1. Biografia
- Filho de Antônio Bernardo da Silva Garret e Ana Augusta de Almeida Leitão;
- Acompanhou a família na mudança para os Açores, durante a invasão francesa. Passou a adolescência na ilha Terceira.
- Em 1816, retornou a Portugal e ingressou na faculdade de Direito na Universidade de Coimbra, onde conheceu os ideais do movimento liberal.
- Primeiros poemas - caracteres neoclássicos
- Em 1821 publicou “Retrato de Vênus” e foi processado por obscenidade (considerado ateu e imoral)
- Em 1822, foi nomeado secretário particular de Silva Carvalho, secretário de estado dos negócios do Reino.
- Tinha ideias liberais que em geral escandalizava a sociedade;
- Exilado por duas vezes. Em1823, devido à sua participação na Revolução Liberal do Porto.
- Em 1824, parte para a França e influenciado por Shakespeare, começa a escrever poemas dentro do novo estilo.
- Em Paris, publica o poema “Camões” (1825), marco inicial do Romantismo português.
- Em Portugal, escreveu D. Branca (1826), e passou a traba-lhar como jornalista em “O Português” e em  “O Cronista”.
- Entre 1828 e 1831, volta para a Inglaterra (restabelecimento do absolutismo, quando D. Miguel assume o trono português.
- Em 1832, anistiado, regressa ao Porto após a vitória do liberalismo
- Lançou um jornal voltado para causas políticas, o “Regenera-ção” tratava da guerra que levou os liberais ao poder.
- Escreve um conhecido protesto chamado “A lei das rolhas”, onde exige a liberdade de imprensa, ou seja, a livre expressão de escrita e do pensamento.
- O lado positivo do - descoberta de autores importantes da literatura inglesa, como Shakespeare, e do romantismo, que viria a marcar sua obra
- Garret além de ser escritor foi também jornalista, advogado e político.
- Casou-se aos 22 anos com Luísa Midosi (15 anos)
- Teve uma filha com Adelaide Deville e,
- Relacionou-se com Rosa Montúfar, a Viscondessa da Luz

2. Características do autor
- Seus romances possuíam um forte caráter dramático;
- Participou também da política, escrevendo sobre este tema. Produziu textos históricos, críticos e diplomáticos;
- Possuía um talento flexível para escrever, imprimindo em suas obras uma notável individualidade, elegância e originalidade;
- Ganhou destaque na poesia e no teatro;
- Suas obras “Camões” e “Frei Luís de Sousa” ganharam grande importância no mundo literário;
- Foi influenciado por Shakespeare, Lord Byron e Walter Scott;
- Pelo teatro, despertou o sentimento de patriotismo e o gosto pelos momentos marcantes da história nacional;
- Cultivou a oratória parlamentar e o jornalismo;
- Foi responsável pelas primeiras obras do romantismo português (textos de temática patriótica)
- Mistura de estilos (obras de teor clássico e outras populares)
- Em certas obras, o narrador se comunica com o leitor, essa característica foi vista anos depois nos livros do escritor brasileiro Machado de Assis.

3. Obras do autor
3.1. Cronologia das obras
  Poesias
- Retrato de Vênus (1821)
- Camões (1825)
- D. Branca (1826)
- Adozinda (1828)
- Lírica de João Mínimo (1829)
- Romanceiro (1843 – 1851)
- Flores sem Frutos (1845)
- Folhas Caídas (1853)
  Teatro
- Catão (1822)
- Mérope (1841)
- Um Auto de Gil Vicente (1842)
- D. Filipa de Vilhena (1846)
- O Alfageme de Santarém (1842)
- Frei Luís de Sousa (1844)
  Prosa de Ficção
- Arco de Santana (1829)
- Viagens na Minha Terra (1846)
  Prosa Doutrinária
- Da Educação (1829)

3.2. Destaque de uma obra – Folhas caídas (1853)
a) Textos selecionados
Texto 1 - XXIV ANJO ÉS 
Anjo és tu, que esse poder 
Jamais o teve mulher, 
Jamais o há-de ter em mim. 
Anjo és, que me domina 
Teu ser o meu ser sem fim; 
Minha razão insolente 
Ao teu capricho se inclina, 
E minha alma forte, ardente,
 Que nenhum jugo respeita, 
Covardemente sujeita 
Anda humilde a teu poder. 

Anjo és tu, não és mulher.  
Anjo és. Mas que anjo és tu? 
Em tua frente anuviada 
Não vejo a c’roa nevada 
Das alvas rosas do céu.
Em teu seio ardente e nu 
Não vejo ondear o véu 
Com que o sôfrego pudor 
Vela os mistérios d’amor. 
Teus olhos têm negra a cor, 
Cor de noite sem estrela; 
A chama é vivaz e é bela, 
Mas luz não tem. –
Que anjo és tu? 
Em nome de quem vieste? 
Paz ou guerra me trouxeste 
De Jeová ou Belzebu?

Não respondes - e em teus braços 
Com frenéticos abraços 
Me tens apertado, estreito!... 
Isto que me cai no peito 
Que foi?... Lágrima? - Escaldou-me
Queima, abrasa, ulcera... - Dou-me, 
Dou-me a ti, anjo maldito, 
Que este ardor que me devora 
É já fogo de precito, 
Fogo eterno, que em má hora 
Trouxeste de lá... De donde? 
Em que mistérios se esconde 
Teu fatal, estranho ser! 
Anjo és tu ou és mulher?

Texto 2 – I Barca Bela – livro segundo
Pescador da barca bela, 
Onde vás pescar com ela, 
Que é tão bela, 
Ó pescador?  

Não vês que a última estrela 
No céu nublado se vela? 
Colhe a vela, 
Ó pescador!
 
Deita o lanço com cautela, 
Que a sereia canta bela ... 
Mas cautela, 
Ó pescador!  

Não se enrede a rede nela, 
Que perdido é remo e vela 
Só de vê-la, 
Ó pescador.  

Pescador da barca bela, 
Inda é tempo, foge dela, 
Foge dela, 
Ó pescador!

b) Análise dos textos - Aspetos românticos na obra
1. Anjo és
-  Conceção contraditória da mulher : mulher-anjo / mulher-demônio
“Anjo és tu, não és mulher.  
Anjo és. Mas que anjo és tu? 
Em tua frente anuviada 
Não vejo a c’roa nevada 
Das alvas rosas do céu.
Em teu seio ardente e nu 
Não vejo ondear o véu 
Com que o sôfrego pudor 
Vela os mistérios d’amor. 
Teus olhos têm negra a cor, 
Cor de noite sem estrela; 
A chama é vivaz e é bela, 
Mas luz não tem. –
Que anjo és tu?”
-  Linguagem mais simples , direta e espontânea
Em todo o poema há frases diretas e curtas, como se o eu poético  estivesse conversando com alguém.

-  Valorização da emoção diante da razão: o eu poético está dominado pelos sentimentos, se subjuga diante do poder da mulher amada.
“Anjo és tu, que esse poder 
Jamais o teve mulher, 
Jamais o há-de ter em mim. 
Anjo és, que me domina
Teu ser o meu ser sem fim; 
Minha razão insolente 
Ao teu capricho se inclina, 
E minha alma forte, ardente,
 Que nenhum jugo respeita, 
Covardemente sujeita 
Anda humilde a teu poder. “

2.    A barca bela
- Conceção contraditória da mulher : mulher-anjo / mulher-demônio
“Deita o lanço com cautela, 
Que a sereia canta bela ... 
Mas cautela, 
Ó pescador!  

Não se enrede a rede nela, 
Que perdido é remo e vela 
Só de vê-la, 
Ó pescador”

- Valorização da tradição poética portuguesa
Os versos são simples e carregados de lirismo.

- Linguagem mais simples , direta e espontânea
Em todo o poema: tom conversacional, frases curtas, simplicidade na sintaxe.


1ª GERAÇÃO ROMÂNTICA BRASILEIRA

GONÇALVES DIAS – vida e obra

BIOGRAFIA

·         Antônio Gonçalves Dias (1823 – 1864)

·         Poeta, professor, crítico de história, etnólogo, nasceu na cidade de Caxias, MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, no Maixio dos Atins, MA, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da cadeira n. 15 , da Academia por escolha do fundador Olavo Bilac.
·         Gonçalves, era filho natural de João Manuel Gonçalves Dias, comerciante português, e de Vicência Ferreira, mestiça.
·         Gonçalves Dias foi criado pelo pai e a madrasta, os quais deram instrução e trabalho, matriculando-o no curso de Latim, Francês e Filosofia do Prof. Ricardo Leão Sabino.
·         Depois do falecimento do pai, com a ajuda da madrasta foi matriculado no curso de Direito em Coimbra (Portugal)
·         Em Coimbra, ligou-se Gonçalves Dias ao grupo dos poetas que Fidelino de Figueiredo chamou de “medievalistas”. ”. À influência dos portugueses virá juntar-se a dos românticos franceses, ingleses, espanhóis e alemães. Em 1843 surge a “Canção do exílio”, uma das mais conhecidas poesias da língua portuguesa.
·         Em 1845, Gonçalves Dias regressou para o Brasil.
·         Em 1846, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde morou até 1854.
·          Em 1846 havia composto o drama Leonor de Mendonça, que o Conservatório do Rio de Janeiro impediu de representar a pretexto de ser incorreto na linguagem.
·         Em 1847, escreveu os Primeiros Contos. Em 1848 os Segundo Contos. E para vingar-se de seus censores, escreveu Sextilhas de Frei Antão, em que a intenção aparente de demonstrar conhecimento da língua.
·         Em 1849, foi nomeado professor de Latim e História do Colégio Pedro II e fundou a revista Guanabara, com Macedo e Porto-Alegre.
·         Em 1851, Gonçalves publicou os Últimos cantos, encerrando a fase mais importante de sua poesia.
·         A grande paixão do poeta ocorreu depois da publicação dos Últimos cantos. Chamada de Ana Amélia Ferreira do Vale, de 14 anos, o grande amor de sua vida. Cuja mãe não concordou, ao que tudo indica por motivos de sua origem bastarda e mestiça.
·          Casou-se no Rio, em 1852, com Olímpia Carolina da Costa. Foi um casamento de conveniência, da qual se separou em 1856. Tiveram uma filha, falecida na primeira infância.
·         Na Alemanha, em 1857, foi editado os Cantos, os primeiros quatro cantos de Os Timbiras, compostos dez anos antes, e o Dicionário da língua Tupi.
·         Em 1862, seguiu para a Europa, em tratamento de saúde, bastante abalada, buscando estações de cura em várias cidades europeias.
·         Em 25 de outubro de 1863, embarcou em Bordéus para Lisboa, onde concluiu a tradução de A noiva de Messina, de Schiller.
·         Em 10 de setembro de 1864, embarcou para o Brasil no Havre no navio Ville de Boulogne, que naufragou, no Baixio de Atins, nas costas do Maranhão, sendo a única vítima do desastre, aos 41 anos de idade.

CARACTERÍSTICAS DE SUAS OBRAS
       Representação romântica e valorização do indígena brasileiro e sua cultura.
       Poesias escritas buscando sempre a perfeição rítmica e formal.
       Poemas marcados pela presença de rima, musicalidade e métrica.
       Retratou também, de forma positiva, os negros.
       Retratou temas ligados aos valores medievais (principalmente dos cavaleiros), transportados para o contexto brasileiro.
       Abordou também a religiosidade de caráter cristão.
        Em suas poesias, abordou também o sentimentalismo.

OBRAS DO AUTOR
Poesia
       O Canto do Piaga (1846)
       Primeiros Cantos (1846)
       Segundos Cantos (1848)
       Últimos Cantos (1851)
       Cantos (1857)
       Os Timbiras – inacabado – (1857)
       Lira Vária, obra póstuma (1869)
       Leito de Folhas Verdes (1851)
       Canto de Morte
       Canção do Exílio (1843)
       Sextilhas do Frei Antão (1848)
       I Juca Pirama (1851)
       Canção do Tamoio
       Marabá (1851)
       Se se Morrer de Amor (1857)
       Ainda Uma Vez - Adeus
       Seus Olhos
       Meu Anjo, Escuta
       Olhos Verdes (1848)
       O Canto do Guerreiro
       O Canto do Índio
       Se Te Amo, Não Sei

Romance
       Meditação (1850)
       Um Anjo, Obras Póstumas (1843)
       Memorias de Agapito


Drama
       Leonor de Mendonça, drama em prosa
Teatro
       Beatriz de Cenci (1843)
       Leonor de Mendonça – drama (1847)
       Patkull (1843)
       Boabdil, Obras Póstumas (1850)

Tradução
       A Noiva de Messena, de Schiller (1863)

Dicionário
       Dicionário da língua Tupi (1858)
Obras sobre o autor e compilações
       Poesia e teatro (1868-69);
       Obras poéticas, org. de Manuel Bandeira (1944)
       Poesias completas e prosa escolhida, org. de Antonio Houaiss (1959)
        Teatro completo (1979)

DESTAQUE DE OBRA
Canção do exílio (1843)
Minha terra tem palmeiras,
Onde Canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.



ANÁLISE
§  Obra da 1ª geração romântica;
§  principais características : saudosismo, nacionalismo, exaltação da natureza, visão idealizada da pátria e religiosidade.
§  Dois aspectos fundamentais: a valorização do Brasil e a intertextualidade, características muito presentes nas obras da época.
§   “ As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. ’’ – podemos perceber nesses versos a valorização idealizada da terra natal, o afastamento espacial que era um traço do romantismo e a supervalorização dos elementos que compõem esse lugar. A exaltação das belezas naturais de sua terra, são bem definidos no poema.
§  Se tratando de intertextualidade (conexão dos textos) o poema faz uma relação com o Hino Nacional, de Ósorio Duque Estrada, nos versos:
§   “… Nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores.” Além disso, a presença dos pronomes possessivos ajuda a estabelecer a ligação com o país.
§  O uso simbólico da figura do Sabiá, por parte de Gonçalves Dias, não era propriamente uma novidade na literatura brasileira. Mas foi através de seu poema, que a ave assumiu poeticamente, uma posição semelhante à ocupada pelo rouxinol na literatura europeia. Todavia, no caso brasileiro, o sabiá tornou-se marca de brasilidade.
§  Devido sua condição de exilado, a imagem de uma natureza endêmica, ganha uma significação maior.  O poema contribuiu para mostrar, de forma particular, a representação da natureza tropical.
§  O poema pode ser visto como elemento essencial no processo de idealização da imagem do nosso pais. Onde o autor, expressa a sensação do sentir-se fora de lugar, e a consequente melancolia que reveste a consciência do distanciamento da terra natal.
O poema é composto de 24 versos, distribuídos ao longo de suas 5 estrofes.



AUGUSTO DOS ANJOS - 2ª geração romântica,  mal-do-século, byronismo
(equipe entregou o resumo - está na xérox))


ANTÔNIO FREDERICO DE CASTRO ALVES – 3ª geração romântica
* Curralinho-Bahia (14/031847)
+  Salvador-Bahia (06/07/1871)
1. Biografia
·         Poeta brasileiro do século XIX;
·         Viveu no período da escravidão no Brasil;
·         Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos. 
·         Morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.
·         Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.
·         Castro Alves viveu em um tempo de mudanças e transformações: No mundo (Questão Coimbrã em Portugal, positivismo, socialismo, Charles Darwin e a teoria da evolução, lutas operárias). No Brasil (decadência da monarquia, luta abolicionista, Guerra do Paraguai, pensamento republicano;
·         Castro Alves foi presenciou o enlouquecimento e suicídio do irmão - José Antônio;
·         Teve diversos amores, mas ao que parece, foi com a atriz portuguesa Eugênia Câmara, que ele viveu um grande amor (referência para sua poesia lírica-amorosa);
·         No final de 1869, durante uma caçada, o escritor feriu o pé. Por causa disso, sofreu uma amputação. Após a operação se retirou para a Bahia e lá, a tuberculose piorou e no dia 6 de julho de 1871, O Poeta dos Escravos faleceu.

2. Características do autor
·         Apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados;
·         Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”;
·         A obra de Castro Alves tem como características a indignação com tantas opressões e a compreensão dos problemas sociais. Sua poesia também possui um tom vigoroso e versos expressivos.
·         Foi o escritor mais importante desta fase, a 3ª fase romântica chamada Poesia Social.
·         Esta fase que se iniciou, aproximadamente em 1860, é marcada pelas idéias liberais e democráticas e pelo envolvimento dos escritores por questões políticas e sociais;
·         A poesia amorosa de Castro Alves é mais sensual do que o comum na época. A mulher aparece envolvida em um clima de erotismo e paixão e está muito próxima a ele. O amor, em suas obras, não é mais platônico.
·         Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo;
·         Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.

3. Obras do autor
3.1. Principais obras
- Gonzaga ou a Revolução de Minas
- Espumas Flutuantes (1870) única obra publicada em vida
- A Cachoeira de Paulo Afonso (1876)
- Os Escravos (1883) nesta obra está incluído o poema O Navio Negreiro também conhecido como Tragédia no Mar (escrito em 1869)
- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921) 

3.2. Destaque de uma obra – Navio Negreiro
(Trechos selecionados e análise)
Castro Alves sobressaiu na poesia abolicionista. Nas obras Navio Negreiro e Vozes d’África o poeta denuncia as injustiças e clama por liberdade.
Navio Negreiro é considerado um poema épico. Foi escrito no dia 18 de abril de 1868, mas foi tornado público no dia 7 de setembro deste mesmo ano quando foi declamado durante a sessão magna comemorativa da Independência.
É dividido em 6 partes:
1ª Parte) descrição do cenário em que a ação se passará. Exaltação ao belo natural:
‘Stamos em pleno mar...Doudo no espaço
Brinca o luar - dourada borboleta –
E as vagas após ele correm...cansam
Como turba de infantes inquieta.
 (...)
2ª Parte) o poeta elogia os marinheiros. Exaltação do belo humano:
Nautas de todas as plagas!
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu
3ª Parte) uma visão do navio negreiro. Um quadro de tristeza e horror:
“Que cena infame e vil! Meu Deus! Meu Deus! Que horror!”
4ª Parte) descrição mais detalhada do navio. O escritor fala, também, sobre o sofrimento dos escravos:
“Era um sonho dantesco...”
5ª Parte) em oposição à desgraça dos negros aprisionados, temos a imagem do povo africano em sua terra natal:
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje...cúmulo de maldade
Nem são livres pra... morrer...
6ª Parte) presença da antítese: África livre X África que se beneficia com a escravidão:
E existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro bacante* fria!...
Meu Deus! Meus Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente* na gávea tripudia*?!...
Silêncio!...Musa! Chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto...
 (...)

Bacante: mulher devassa, libertina
Impudente: cínico, sem pudor
Tripudia: diverte-se, humilha